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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Crítica: Jorn – Dio (2010)

 

Quando um artista famoso morre, é comum que diversos tributos e homenagens surjam nas prateleiras de lojas de música. Não poderia ser diferente com Ronnie James Dio, que morreu este ano. Porém, Jorn, ao invés de apenas cantar suas músicas favoritas do mestre, resolveu adicionar um pouco de si ao som delas. E para completar, ao melhor estilo Rock Progressivo, compôs uma música em homenagem ao Deus do Metal, que abre o disco em grande estilo.

This is a Song....
This is a Song for Ronnie James.
When life is broken, His Word's are Spoken.
Come join the Family,
We will make the whole World see
We Rock forever, This is our Destiny.
I wrote this song,
For the Father of the Sign!

- Jorn, “Song for Ronnie James”

Se pensarmos em poesia clássica e lembrarmos de sua divisão ao longo da obra em justificativa, agradecimento e ode à Musa inspiradora, além da mensagem a passar (que normalmente era o contar de um jeito importante), então Jorn compôs um clássico pós-moderno. Valendo-se do pastiche, o músico não apenas fez uma letra bela (e simples, muito simples!) sobre Ronnie. Através de um recorte-e-colagem inteligentíssimo costurou o tecido lírico da mesma com nomes de clássicos do Mestre. Por exemplo, no trecho que selecionei acima, a alcunha “Father of the Sign” faz referência a música do Black Sabbath (fase Dio, é claro) “The Sign of the Southern Cross”, a qual, ao vivo, se tornava em um clímax épico com interação constante da plateia. Jorn, ao longo da letra, cita músicas desde a fase Rainbow (“I must save the Crystal Ball / When the Wizard starts to fall”) até os mais recentes trabalhos do Dio como seu disco conceitual de 2000, Magica (“But I feel the Magic”).

Outra homenagem importante é a proximidade do timbre da voz de Jorn ao de Dio. Ouvindo a música citada, percebem-se alguns efeitos de estúdio, como overdub ou mesmo backing vocals (mais agudos e com volume reduzido ao fundo), para que a semelhança fosse maior. A versão do clássico da carreira solo do vocalista inglês, “Sacred Heart” é um dos melhores exemplos desses efeitos. Acontece que a escolha de usar estes efeitos foi proposital, pois, como afirmou o músico escocês, “I wrote 'Song For Ronnie James' as a tribute and a personal thanks to the man who has been my mentor for more than 35 years.

Sendo assim, tratemos das músicas do disco. Da mesma forma que a letra da música inicial passeia pelos grandes sucessos da longa trajetória do vocalista da Heaven & Hell, o leque de músicas escolhidas para figurarem ao longo do disco também. Embora Jorn não se distancie das linhas vocais do Mestre, instrumentalmente podemos dizer que seu estilo progressivo está presente em cada uma delas. Os solos de guitarra possuem efeitos sonoros de um sintetizador e são um atrativo à parte, como em “Don’t Talk To Strangers” ou “Kill King”. A bateria faz jus aos grandes bateristas que tocaram ao lado de Dio e em alguns momentos, inclusive, há a ousadia de novas batidas, como uma quebrada ao longo de “Stand Up and Shout”.

Essa citada sombra da tradição Progressiva do músico sueco paira ao longo do disco e cria uma ambientização única para as música. Exemplo disso está em “Sacred Heart”: sons comuns em álbuns desse gênero preenchem a música, a qual começa com os chamados “sons espaciais” e uma explosão. Outro exemplo, é em “Don’t Talk To Strangers”, em que a transição entre a parte lenta e a rápida da música é pontuada por outra explosão.

Por fim, como não poderia faltar, músicas incidentais. Dio, ao vivo, misturava suas músicas, especialmente as mais lentas ou com longos momentos líricos. No disco ao vivo clássico do Black Sabbath, “Live Evil”, as músicas “Heaven and Hell” e “Sign of the Southern Cross”, por exemplo, são mescladas. Jorn preocupou-se com isso e na faixa 11, “Lonely Is The Word / Letters From Earth”, ele canta a partir dos 4 minutos da música, “It’s the sign / Feels like the time”, da citada “Sign of the Southern Cross”, embasado pela melodia da mesma. Não satisfeito, ele embala com o final de outro clássico do Dio, “Children of the Sea”, mesclando ambos os finais e cantando “LOOK OUT! The sky is falling down! / LOOK OUT! The world is spinning round and round and round! / LOOK OUT! The sun is going black, black / LOOK OUT! It's never never never coming back, LOOK OUT!”.

Portanto, pela ousadia em adicionar particularidades suas a obras clássicas de um dos mais influentes músicos do Metal e pelo bom gosto destas particularidades, pelas homenagens tanto na música-ode quanto na tentativa de fidelidade ao timbre de voz do Mestre, este álbum merece ser ouvido com carinho por todos aqueles que se dizem fãs de Heavy Metal e, claro, de Ronnie James Dio, the King of Rock and Roll!

Nota: 4 / 5

Tracklist:

1. Song For Ronnie James
2. Invisible
3. Shame On The Night 
4. Push
5. Stand Up And Shout
6. Don't Talk To Strangersaprovado
7. Lord Of The Last Day
8. Night People
9. Sacred Heartaprovado
10. Sunset Superman
11. Lonely Is The Word / Letters From Earthaprovado
12. Kill The King
13. Straight Through The Heart (Live)
14. Song For Ronnie James (Video)

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