Começou com o The Who. Em 1975, com o disco “The Who By Numbers”, mais precisamente, a música “Red Blue and Grey” entrou para a história como a primeira música de rock composta com ukulele. Na verdade, mesmo antes disso, o grande músico do blues Taj Mahal já costumava compor com bajos e ukuleles e, como diz o Pete Townshend (guitarrista do The Who) nesta apresentação ao vivo, o Taj Mahal já tinha uma roupagem do rock.
Não importa. Dez anos depois do disco do The Who, um grupo se reúne e resolve criar uma orquestra em que todos os músicos utilizariam um ukulele. Alguns, serviriam de apoio, apelidado de “bass ukulele” (ukulele-baixo, traduzindo ao pé da letra). Outros, para solo. Porém, duas coisas eram importantes: que os cantores fizessem rodízio entre si e que eles se divertissem muito coverizando músicas.
Separei, abaixo, cinco vídeos que são com certeza apenas alguns dos melhores momentos desta incrível orquestra. São divertidos, alguns são sérios, mas percebe-se que através de cada cover está uma linha de pensamento artístico, talvez apenas no âmbito sentimental, talvez espiritual, não sei. Algo que você sente ao invés de entender racionalmente. Clique no link ao fim da postagem e continue ouvindo!
- E caso curta covers que transcendem estilos musicais, dê uma ouvida no Top 5 Especial: Blue Rondo à lá Turk e veja o que artistas com diferentes formações estilísticas fizeram com o clássico do Dave Brubeck!
5: “Born to be Wild”
Começo este Top 5 já com um clássico do rock! A música que virou símbolo de toda uma cultura motociclista, de clamor à liberdade, à destruição de barreiras geográficas, à aceitação dos outsiders (os marginalizados, aqueles que estão nas margens do que é aceitável pela sociedade), enfim um hino do rock.
4: “Wuthering Heigts”
A música inconfundível da Kate Bush ganha aqui uma nova roupagem: mais irônica, menos (bem menos!) séria. Um clipe curioso que conta uma história de… ahn… uma assombração musical? Ah, veja o vídeo, lembre-se do romance homônimo escrito pela Emily Brontë ou no filme adaptado e chegue às suas próprias conclusões.
3: “Smells Like Teen Spirit”
O hino do Nirvana, que selou o estilo grunge como uma das mais fortes expressões do Rock encontra um vocal tenor, que beira o operístico, em contrapartida com o jeitão deslocado, desatento, desleixado que o original inventou. Afinal, a música se chama “Smells Like a Teenage in Love”, de acordo com o membro da banda.
2: “Psycho Killer”
Talvez esta seja a única música de fato famosa pela antiga banda do David Byrne, Talking Heads. O que é uma pena, diga-se de passagem. De qualquer forma, esta música ainda toca em algumas rádios por aí (especialmente a Paradiso FM aqui no Rio de Janeiro), tanto na sua versão de estúdio quanto no acústico ao vivo. A letra é uma galhofa das boas, a interpretação ao vivo maior ainda: mistura inglês com francês, não tem lá muito nexo na sequência dos versos, e gira em torno de… ahn… um assassino. Ótima pedida para uma orquestra que já é engraçada normalmente.
1: “Pinball Wizard”
Falei do The Who lá no início do post e não foi por acaso. O número 1 deste Top 5 obrigatoriamente tinha que ser um clássico deles. A música que fez o Elton John voltar do ostracismo em que se encontrava à época da sua participação no filme da banda. A música-chave da primeira opera rock da história, a qual gira em torno de um garoto que fica surdo, mudo, cego e meio retardado, porém que se descobre, neste momento em que toca a música, um mago do pinball. Ao longo da ópera, ele vai sendo aclamado por súditos, até que forma um campo de treinamento com certos surtos de megalomania. A Ukulele Orchestra faz uma homenagem ao levar a apresentação sem os instrumentos, simplesmente a cappela. Merece o Selo Mozart de Genialidade!