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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Top 5: Bob Marley

Bob_Marley_top_5_oucaisto.blogspot.comO músico jamaicano Bob Marley, considerado o "Rei do Reggae", com mais de 200 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, morreu em Miami no dia 11 de maio de 1981, 30 anos atrás, mas, apesar das homenagens em todo o mundo, seu legado perde força em seu próprio país.

Fonte: iG.

Se apenas olhássemos a figura política que Bob Marley representou já teríamos motivos mais do que suficientes para lamentar que sua música esteja perdendo força na Jamaica. A explosão do reggae – talvez até pudéssemos dizer “reggae de raiz” pelo fato de ter virado ponto de apoio, pedra fundamental para todo o estilo posterior a ele –, as características que deram forma ao estilo por décadas, a expressão lírica do mesmo ocorreram através e por Bob.

Uma figura periférica em um país igualmente periférico, ele fez com que o mundo se rendesse a sua balada. Cativante, sua música expressava desde problemas políticos, situação conturbada em que ainda vive o país, até romantismo singelo. A força de suas composições deram esperança a pessoas que, como ele, encontravam-se dispersas, afora do eixo cultural de lá (e daqui e do resto do planeta).

Robert Nesta Marley ainda simboliza o protesto, a emancipação e a liberdade para muita gente de diferentes crenças, inclusive jovens, que descobriram a música de um astro que nasceu em um país pobre que era ouvida pelos pais e avós.

Por tudo isso, dedico neste dia dois Top 5: este aqui com as músicas que mais se tornaram clássicas e o outro, em que posto as boas homenagens que lhe foram prestadas (em sua maioria postumamente). Clique e continue ouvindo. Smiley piscando

5: War

Until the philosophy which hold one race /Superior and another inferior /Is finally and permanently discredited and abandoned /Everywhere is war, me say war.

Preconceito: a formulação de um julgamento a priori, ou seja, anterior ao conhecimento de fato do assunto julgado, é o que move o homem, é a sua filosofia (infelizmente). Não apenas o branco sobre o negro, como a palavra race indica no primeiro verso (e tão bem marcada: ao fim dele), a necessidade de superioridade engloba todos os setores da sociedade, todos os motivos possíveis: econômico, hierárquico, sexista, político. Até quando, diria Bono Vox, precisamos cantar esta canção?

4: No Woman No Cry

Said - said - said: I remember when we used to sit /In the government yard in trenchtown,/Oba - obaserving the ypocrites /As they would mingle with the good people we meet. /Good friends we have, oh, good friends weve lost /Along the way. In this great future, you cant forget your past; /So dry your tears, I seh.

Muito além de Trenchtown, Marley vira cidadão do mundo com os versos acima: politizante, politizado, desterritorializa a língua inglesa forçada garganta adentro e a reterritorializa num mar de repetições (que se tornaram marca registrada no gênero) lexicais, ortografia aliada à variante linguística usada no local, além de um tema forte: morre-se em guerras civis, porém é justamente a morte que obriga os sobreviventes a continuarem o trabalho dos que tombaram, fazendo com que este mesmo trabalho não seja em vão.

3: Get Up, Stand Up

Preacherman, don't tell me, /Heaven is under the earth. /I know you don't know /What life is really worth. /It's not all that glitters is gold; /'Alf the story has never been told: /So now you see the light, eh! /Stand up for your rights. Come on!

Parte do discurso religioso (ou pelo menos da forma como ele é e foi ministrado mundo afora) diz respeito à filosofia explicitada em War. A busca incessante pela igualdade entre os homens não levou à reflexão do que seria esta igualdade: utilizou-se, ao contrário, um único peso e com ele fez-se a medida pela qual nivelar o restante. Falta ao homem, ainda hoje, a auteridade tão desejada pelos educadores e cientistas políticos: o verdadeiro enxergar o próximo, de forma a entendê-lo dentro do seu contexto original, do sistema do qual faz parte, sem interferir nele (pseudo-positivamente), sem manchá-lo com o sangue que normalmente é derramado nestas ocasiões.

2: I Shot The Sheriff

I shot the sheriff, /But I did not shoot the deputy /All around in my own town /They're trying to track me down /They say they want to bring me in guilty /For the killing of a deputy

Certo e errado. Após a chamada às armas das músicas anteriores, especialmente Get Up, Stand Up, é natural que o líder cultural-revolucionário virasse alvo. Marley mudou-se para os Estados Unidos quando a situação saiu do controle, porém seu eu lírico permanece no lugar e encarna o herói idealista perseguido. Sendo atacado pelo mais alto escalão, tudo o que o eu lírico faz é recontado de forma torpe por aqueles que deveriam simbolizar a justiça e o bem de todos. A ruptura do sistema moral reinante é obrigatória: a mentira usada como forma de controle (sujo, baixo, vil) só pode ser rebatida por aquilo que fala mais alto do que um homem, aquilo que o ultrapassa em tempo de viva, que perdura após sua saída deste mundo: a obra de arte – emblema de um posicionamento enfático porém nem por isso isento de verdade e de um verdadeiro instinto de Bem-geral.

1: Is This Love (I Wanna Love You)

I wanna love you and treat you right /I wanna love you every day and every night /We'll be together with a roof right over our heads /We'll share the shelter of my single bed /We'll share the same room, yeah, oh jah provide the bread

De que mais necessita um casal apaixonado do que de uma cama e de um teto? Smiley piscando Bob não deixa escapar a realidade que denuncia pertinentemente nas outras músicas e complementa que a cama é de solteiro e que o pé direito da casa é baixo…

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