Foi simplesmente ver um vídeo, engraçadíssimo diga-se de passagem, que me apaixonei pela coreografia e busquei saber mais sobre este homem. Pode-se dizer que foi acaso. Sem arrependimento algum, e tendo a maravilha do sequenciamento do YouTube a meu favor, vi mais um e mais um e mais um, quase me declarando fã. Acabei me deparando um gênio.
Primeiro, é preciso informar que Kylián é um coreógrafo tcheco e que foi diretor artístico da Netherlands Dans Theatre. Depois deste prenúncio, vamos ao primeiro vídeo. Como celebração do aniversário deste importante coreógrafo, a Companhia resolveu homenageá-lo, incorporando elementos seus em uma linda e divertidíssima performance ao som de Mozart.
É muito interessante ter essa sensação de estranhamento ao ver os movimentos dos atores/dançarinos com uma rapidez fora do normal. Na verdade, os movimentos são sincronizados com a música, o que dá um tom ainda mais genial à performance deles. Fora isso, existe graça nos movimentos e nas expressões faciais dos mesmos, como no momento em que o homem fica com medo de ser pisoteado ou mesmo quando tenta sair da cama e é impedido.
Ainda homenageando o antigo diretor, os mesmos atores do primeiro vídeo voltam à já-quase-clichê cena de brincadeira com comida. Uma vez mais, os movimentos são sincronizados com a música (e isso é evidenciado pelos tapas), mas aqui rola um teor de nonsense muito mais agudo do que anteriormente.
''Every piece should give you something to take home with you,'' (…) ''If you don't come away thinking, 'I feel a little richer today because I have seen something special that has to do with me,' then there is no justification for its existence. But if 30 different people see my work, there will be 30 different responses to it. My work is very ambiguous. I acknowledge that, but I can't do anything about it.'' (KYLIÁN, Jiri. Apud RIDING, Alan. The New York Times. Link: http://migre.me/1hqL1)
Continuando a minha meta de conhecer esse homem, resolvi procurar um trabalho dele, mesmo. Em 2009, a companhia teatral que ele dirige e que é voltada para dançarinos com mais de 40 anos, lançou um espetáculo chamado “The Last Touch”: uma peça sobre vingança, que aparenta pontuar que “as aparências burguesas são apenas isso: aparências”. Abaixo está um teaser de quase 50 seg sobre a peça. Fica aparente qu os movimentos dos atores são absurdamente lentos, como que dançando em câmera lenta. Outra característica um tanto óbvia é a iluminação e o figurino rebuscado.
Nem preciso dizer mais… fica a dica, então.