passei metade da semana passada tentando decidir em uma pessoa para estrelar o primeiro post do segunda em blues. cogitei, já que é uma seção bluesística, de estampar logo um figurão importantíssimo da história longínqua do blues, como john lee hooker ou son house ou leadbelly.
desisti.
eu queria alguém importante, claro, mas principalmente alguém que eu escutasse com muita frequência. alguém cujos discos não saíssem do meu som. alguém que arrepiasse. por fim, decidi-me pelo eterno Stevie Ray Vaughan.
como ocorreu com inúmeros artistas do blues, Stevie gravou seu primeiro disco depois de alguns anos de estrada (e de impressionar todos aqueles que ouviram-no tocar, como por exemplo, david bowie e jackson browne): “Texas Flood”, recebendo um Grammy.
“I hear a blues riff in the still of the night.
Is that you little boy blues?
Your cross was found on some faraway hill,
They say where wild flowers grow.
Are you up there somewhere playing your blues?
Oh Lord I think I know . . .”--- Joe Boy Cook (Stevie Ray's uncle)
o impressionante em SRV era seu virtuosismo na guitarra. não apenas ele revolucionou o chamado ‘blues elétrico’ (um gênero dentro do blues que gira em torno de composições em que se destaquem guitarras e, ao vivo, em seus solos), como revolucionou o rock em si.
o guitarrista texano trouxe de volta a velocidade no dedilhado e certos efeitos de som prenunciados por ninguém menos que jimi hendrix. não obstante, vaughan fez duas maravilhosas covers do mestre: “Little Wing” e “Voodoo Chile”, a qual pode ser conferida abaixo e que é proveniente de um famoso bootleg chamado “Live At The Mocambo” (link para review desse DVD em inglês).
sua trajetória foi impactante, porém rápida. seu primeiro disco de série foi lançado em 1983 e o seu último, em 1989, chamado “In Step”. postumamente, foi lançado o disco em parceria com o irmão, jimmy vaughan, “Family Style”.
em 1990, SRV faria seu último show em meio a uma turnê meteorológica. ao lado dos amigos eric clapton, buddy guy, jimmie vaughan, e robert cray, o texano fez sua última (e mítica) performance. terminado o show, embarcou em um helicóptero para chicago que caiu no caminho, matando-o.
ah, sim. eu mencionei david bowie anteriormente, não? então uma trivia rápida: stevie participou em quatro músicas do disco dele entitulado “Let’s Dance”.
uma última trivia antes de terminar: o disco que atingiu décimo lugar na Billboard e que virou disco de platina é um dos meus preferidos do stevie. chama-se “The Sky Is Crying” e é uma compilação de músicas inéditas e sobras de estúdio – e é maravilhoso. agora fiquem com o tributo ao SRV, que existe em DVD e CD e é um dos mais impressionantes exemplos de como o blues se baseia em feeling, mais do que em técnica.
Discos
- Texas Flood (1983)
- Couldn't Stand the Weather (1984)
- Soul to Soul (1985)
- Live Alive (Ao vivo em 1986)
- In Step (1989)
- Last Farewell (Gravado durante a sua última turnê nos Estados Unidos (1990)
Gravações com Lançamentos Póstumos
- Family Style (Com seu irmão Jimmie Vaughan, como "The Vaughan Brothers", em 1990)
- The Sky Is Crying (1991)
- In the Beginning - 1992 ( gravado em 1980 )
- Live At Carnegie Hall - 1997 ( gravado em 1984 )
- Albert King With Stevie Ray Vaughan – In Session - 1999 ( gravado em 1983 )
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