Bob Dylan é um dos nomes mais importantes da música dos séculos XX e XXI. Seu valor para a música é incalculável(1). Duvida? Em 2008, ele recebeu uma menção especial do Prêmio Pullitzer pelo seu “impacto pofundo na cultura Americana e na música popular, marcado por composições líricas de poder poético extraordinário” (2). Ele inventou o folk-rock. Ele é um dos artistas mais coverizados da história da música, sendo cantado por:
Caetano Veloso, Jimi Hendrix, Rita Lee, Rolling Stones, Pearl Jam, Elvis Presley, Dave Matthews, Neil Young, Bruce Springsteen, Guns n’ Roses, Joan Baez, Alanis Morissette, Stevie Wonder, Peter Paul & Mary, The Hollies, Bear McCreary, Candlemass, Ani Di Franco, John Mayer, The Byrds, Zé Ramalho, Eric Clapton, Grateful Dead, Eddie Vedder, Rod Stewart, Rebecca Ferguson, Adele, Billy Joel, Garth Brooks, Bryan Ferry, Bob Marley, Ramones, Nick Drake, Rage Against the Machine, Norah Jones, Susan Tedeschi, George Harrison, Jerry Garcia Band, Lou Reed, Joan Osborne, Van Morrison, Nina Simone, Sam Cooke, Patti Smith, The Band, Tracy Chapman, Jeff Beck, The White Stripes, Ritchie Havens, Manfred Mann, O. V. Wright, Johnny Cash & June Carter, Madeleine Peyroux, Them, P J Harvey, José Feliciano, Echo & The Bunnymen, Elvis Costello, Willie Nelson, Los Lobos, Joe Cocker, Cher, Shirley Caesar, Johnny Winter, Mountain, the 13th Floor Elevators, The Clash, U2, The Indigo Girls, Paul Weller, Frank Marino & Mahogany Rush, Stephen Stills, Nazareth, Marianne Faithfull, Stan Getz, Janis Joplin, My Chemical Romance, The Pretenders, Meat Loaf, the Black Crowes, Counting Crows, Natalie Cole, Sinnead O’Connor, UB40, Nancy Sinatra, Toto, Hole, The Animals, Roberta Flack, John Lee Hooker, Roger Waters, Avril Lavigne, Wyclef Jean, Issac Hayes, Duran Duran, Allman Brothers, Roger Taylor, Don McClean, Sheryl Crow, Phish, Robert Plant, Ron Wood, entre outros.
A lista é muito maior do que apresentei acima. E não levei em consideração a quantidade de “artistas de YouTube” que estão fazendo cover depois de cover do Bob. Apenas pelo resumo acima, percebe-se o leque diferenciado de artistas que a música do Bob Dylan englobou (sim, afinal, foi ela que chamou atenção para que esses artistas quisessem relê-la): de bandas dos anos 60, a artistas pop atuais, homens e mulheres, novatos e experientes, do blues ao reggae, do rap (a banda Mountain é um ótimo exemplo) ao country, das turnês mega-milionárias a shows intimistas, atravessando línguas, atravessando continentes, unindo tudo e todos sob a mesma liricidade, mas com melodias às vezes diferentes. A música do Dylan é universal, atemporal e cíclica: ele lançou em um disco de 1997 Make You Feel My Love e muito sucesso ela fez! É impressionante.
E hoje, dia 24 de maio, é seu aniversário. Hoje, ele completa 70 anos musicalmente bem vividos. Para celebrar, clique no link lá embaixo, no fim da postagem, e continue ouvindo uma seleção Top 5 de grandes músicas dele próprio. E aguarde pois em breve mais Top 5 Especiais virão, tendo como tema algumas das covers que homenagearam o mestre.
- Antes disso, aproveite e re-ouça um Top 5 Especial com o seu grande clássico All Along The Watchtower, sendo coverizado por grandes músicos!
Fontes:
(1) All Music.
(2) Jornal britânico The Independent.
Covers Project: http://www.coversproject.com/artist/bob%20dylan/
5: “Mr. Tambourine Man”
Muito famosa, a música recebeu um tratamento especial da então recém-formada banda The Byrds, do David Crosby. De lá pra cá, sucesso absoluto tanto para o grupo quanto para o Dylan. Enfim, na total impossibilidade de se conseguir a versão de estúdio do rei do folk-rock (já que as versões originais estão sendo deletadas do YouTube em detrimento das versões com anúncios da VEVO assim como da tentativa de vendas pelo iTunes!!!!), resolvi pegar esta ótima versão ao vivo no concerto beneficente em prol de moradores de rua. O Byrds começa no palco para, em seguida, ter a honra de se juntar ao grande Bob Dylan, para delírio do público.
4: “Hurricane”
Assim como a maior parte das composições líricas do Bob Marley, Bob Dylan também tem seu lado-denúncia, dando voz a quem não tem esse direito. Neste épico, paralelo a “I Shot The Sheriff” do jamaicano, o rei do folk-rock canta uma prisão injusta, um crime que não foi cometido da forma como aqueles à volta disseram: a história do lutador de boxe negro Hurricane. Uma trívia: Renato Russo, dizem, compôs Faroeste Caboclo por influência deste clássico.
Here comes the story of the Hurricane,
The man the authorities came to blame
For somethin' that he never done.
Put in a prison cell, but one time he could-a been
The champion of the world.
3: “Like a Rolling Stone”
How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
A música já era famosa quando os Rolling Stones usaram-na como hino. De lá pra cá, é difícil um show deles não levar este clássico – de forma que há quem confunda a autoria dela. Aliás, isso acontece muito com as composições do Dylan… de qualquer forma, a música é ótima, tem pegada, tem batida e tem uma letra mordaz, indagativa. Abaixo a única versão de estúdio cujo vídeo consegui pegar… tem legendas em espanhol, para quem souber.
2: “Blowin’ in the Wind”
How many roads must a man walk down,
Before you call him a man? (…)Yes and how many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?The answer, my friend, is blowin' in the wind
As provocações acima retiradas da letra já justificam por que ela se tornou um clássico. Antes de ouvi-la, porém, dois adendos: primeiro, ela é uma das músicas com maior número de versões da carreira do Dylan; segundo, ele a cantou ao lado de Martin King Jr. no mesmo palco que o líder negro declamou seu famosíssimo discurso “I had a dream”.
1: “Knocking on Heaven’s Door”
Não é por questões hierárquicas: esta música está em primeiro apenas por gosto pessoal. É a música que mais ouço, tanto na sua versão original quanto nas inúmeras (boas) covers por aí. Sua melodia engana: pseudo-simples, uma batida repetitiva, emoldurando a letra apocalíptica. Aliás, a letra paralelamente também é repetitiva, pseudo-simples: um homem prestes a morrer. Um homem da lei, melhor dizendo, em seus últimos suspiros. O interessante da letra, diga-se de passagem, é a importância dada aos signos da função que o eu lírico exerce na sociedade: ele não pede para que segurem sua mão ou algo assim, ele pede para que retirem seu distintivo e suas armas pois elas não têm mais utilidade. Ele deixa de ser quem é, pois deixa de ser um policial e, não, porque está morrendo.